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Voto contrário de Trzeciak ao feriado da Consciência Negra repercute negativamente entre internautas e membros do Movimento Negro
O voto do deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB/RS) contrário ao PL que torna feriado nacional o dia 20 de novembro, dia da consciência negra, teve forte repercussão desde a última quarta-feira. Em seu Instagram, o deputado postou que “o Brasil já tem feriados de mais” juntamente a um print do registro de seu “não” à proposta.
Discurso muito propagado por pessoas contrárias ao aumento no número de feriados, a ideia de que isso seja prejudicial para a economia do país se mostra contraditória. Segundo a empresa americana de consultoria Mercel, estamos longe da liderança do ranking do número de feriados nacionais. São 12 datas, número menor do que o de Rússia (14), Finlândia (15), Coréia do Sul (16), entre outros.
Em relação à carga de trabalho semanal, dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o 10° país do mundo com carga horária de trabalho mais longa (média de 39,5 horas por semana), estando à frente de diversos países tidos como desenvolvidos, como Reino Unido e Canadá.
Em publicação da RádioCom, diversos comentários demonstraram a indignação da população com o voto e apontaram a possível candidatura de Daniel à prefeitura de Pelotas nas próximas eleições, visto que ele é o mais cotado para suceder Paula Mascarenhas na candidatura pelo PSDB. “‘Tem feriados de mais’ diz o cara pago pela população e que trabalha de terça a quinta-feira”, destacou um seguidor.
Professor e militante do movimento negro em Pelotas, André Luis Pereira relatou não ter se surpreendido com a postura de Trzeciak. “É mais um elemento que demonstra as posições ultraconservadoras desse sujeito. Me parece que esse deputado não tem nenhuma adesão às pautas de cunho popular, pelas pautas da população negra” disse André Luis.
Sobre o significado do feriado, ele aponta que a data não é uma comemoração, mas sim uma alusão ao passado. “Não é um feriado de comemoração. É um feriado de reflexão em prol da construção política e da luta antirracista”.
A proposição foi aprovada na câmara com 286 votos favoráveis e 121 contrários, sendo a maioria dos votos negativos ao projeto vindos da oposição ao governo.
Redação: Luis Collat
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