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Vacinação contra a gripe reforça a importância da imunização coletiva
A aproximação dos meses mais frios reacende um alerta já conhecido, mas ainda desafiador: a prevenção contra doenças respiratórias. Com o avanço do outono, cresce a circulação de vírus como o influenza, que afeta especialmente os públicos mais vulneráveis. Diante desse cenário, a imunização surge como um ato não apenas de proteção individual, mas de responsabilidade social — uma barreira essencial contra complicações de saúde evitáveis.
Foi nesse contexto que o programa Contraponto, da RádioCom, recebeu nesta terça-feira, 8 de abril, Marjoriê Mendieta, coordenadora da Casa da Vacina, para falar sobre o início da campanha de vacinação contra a gripe em Pelotas. A conversa abordou os grupos prioritários, a importância de se vacinar antes do inverno e as orientações práticas para quem deseja se imunizar.
Quem deve se vacinar primeiro
A campanha deste ano começou com foco em três grupos prioritários: idosos a partir de 60 anos, gestantes e crianças entre seis meses e seis anos de idade. Segundo Marjoriê, esses segmentos são os mais suscetíveis a desenvolver formas graves da gripe. “Eles são entendidos como grupos estratégicos, com maior risco de adoecimento severo”, explicou.
Esses públicos, conforme destacou a coordenadora, devem buscar a vacina o quanto antes, para que o organismo tenha tempo de desenvolver a imunidade necessária antes da chegada do frio mais intenso: “Quanto antes receber essa vacina, melhor, porque o corpo precisa de um tempo para se proteger de fato”.
A vacinação para esses três grupos segue até que novas doses sejam liberadas para outros públicos prioritários, como profissionais da saúde, professores e pessoas com comorbidades. A previsão de ampliação será divulgada gradualmente, conforme orientação da Secretaria Estadual de Saúde.
Combate à desinformação e ao movimento antivacina
Apesar da ampla divulgação da campanha, a cobertura vacinal ainda sofre com os efeitos persistentes do movimento antivacina. Marjoriê relatou que, mesmo entre os idosos, há quem recuse a vacina contra a Covid-19, que pode ser aplicada junto com a da gripe. “A fala de muitos ainda é de medo da reação adversa. Alguns preferem não fazer a vacina do Covid, mesmo sendo recomendada”, contou a coordenadora.
Ela destacou também que, no caso da gripe, a adesão costuma ser maior por conta da visibilidade da campanha e da regularidade anual. Ainda assim, há resistência entre gestantes e, principalmente, na vacinação infantil, onde a decisão depende da confiança dos responsáveis: “Acho que o movimento antivacina impacta ainda mais nas crianças”.
Outro ponto que gera confusão, segundo Marjoriê, é a frequência da vacinação, especialmente contra a Covid-19. “A vacinação contra o Covid mudou para idosos a cada seis meses, e muitos não sabem disso. O calendário de vacinação muda todo ano, e isso gera dúvidas na população”, explicou.
Onde e como se vacinar
Para receber a dose da vacina, é necessário apresentar um documento de identificação. Caso tenha a caderneta de vacinação, o processo é facilitado, mas a ausência do documento não impede a aplicação. “Se não tiver a carteirinha, a gente providencia uma nova. Mas o documento de identidade é essencial para registrar a vacinação corretamente”, explicou Marjoriê.
Ela também orientou sobre os cuidados em caso de sintomas gripais. A vacina não é contraindicada para quem tem sintomas leves, como coriza ou dor de cabeça. No entanto, em casos de febre ou mal-estar mais intenso, a recomendação é aguardar até que os sintomas desapareçam: “Se tiver febre, aí sim, é preciso esperar para vacinar quando estiver 100%”.
A procura, de acordo com a coordenadora, foi intensa já no primeiro dia da campanha, mesmo com o mau tempo. Por isso, ela recomenda que os interessados cheguem com antecedência ao local de vacinação, para evitar aglomerações no fim do expediente. “Os frascos são multidoses, então se a pessoa chega muito no final do dia, pode acontecer de abrirmos um frasco e desperdiçarmos o restante”, alertou.
Vacinação é um ato coletivo
Mais do que um gesto individual, a vacinação é uma ação que protege a coletividade. Marjoriê fez questão de enfatizar esse ponto ao longo da entrevista. “Muita gente pensa que vacina é uma escolha individual, mas ela tem impacto direto na saúde coletiva. É um compromisso com a proteção de todos”.
Ela também lembrou que, além da vacina contra a gripe, a Casa da Vacina segue aplicando as demais vacinas de rotina, especialmente em crianças. “Não deixem de buscar as outras vacinas também. Elas continuam sendo igualmente importantes”, disse, reforçando que o serviço está disponível e preparado para atender a demanda crescente.
Serviço
Campanha de vacinação contra a gripe (influenza)
Público-alvo nesta fase: Idosos a partir de 60 anos, gestantes e crianças de 6 meses a 6 anos
Locais: Todas as UBSs de Pelotas e a Casa da Vacina
Endereço da Casa da Vacina: Rua Gonçalves Chaves, 437 – Centro
Horário de atendimento na Casa da Vacina:
Segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30 (chegar até às 17h)
Telefone para contato: (53) 3199-0697
*Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.
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