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Teatro em reconexão nos 26 anos de Fescete (por Danilo Nunes)
É teatro! É arte! Então a gente junta tudo num grande festival onde todo mundo se encontra anualmente, construindo uma história que se fortalece a cada edição, rompendo as barreiras regionais da Baixada Santista e conquistando o Brasil. É tempo de Fescete.
O artista é sonhador. Quantas vezes não escutamos essas frases de efeito, ora adjetivando a profissão de forma pejorativa, ora colocando o próprio artista como um ser "quase alienígena" do lado de fora da vida social. Só não se pode negar que sem arte a vida se torna, como um dia nublado, sem graça e sem poesia.
O isolamento social nos mostrou o tamanho da importância da arte, não apenas para o intelecto, mas para a saúde e bem-estar do ser humano que a consumiu "sem moderação" em tempos de solidão e desespero. A arte foi a ferramenta e o (a) artista, companheiro (a) fiel em todos os momentos.
Quando pensamos em desistir, lá estava uma música, uma performance, um poema, alguém que mesmo do outro lado da tela, se dispunha a nos tirar da dor e nos levar para viajar em outros mundos, anestesiando-nos e acalmando nossos corações. Pois é, ninguém soltou a mão de ninguém.
E quando, como nos disse de forma melódica o gênio Assis Valente: "Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar…", o Tescom abriu as cortinas e anunciou a vigésima sexta edição de um dos maiores festivais de cenas teatrais do Brasil. No ano em que o Brasil completa o bicentenário da Independência e o centenário da Semana de Arte Moderna, a cultura ainda é o combustível para a vida e a sociedade.
O que dizer de um festival que acompanho desde sempre? Um festival que não apenas coloca no palco profissionais da arte, como amadores e estudantes, fazendo uma verdadeira transformação na sociedade e, possibilitando livremente, crianças, jovens e adultos a experimentarem o gosto dionisíaco do teatro.
O Fescete já transformou a Baixada Santista, agora transforma o Brasil com a magia das coxias, rotundas, cicloramas, palcos e luzes, muitas luzes. E que abram as cortinas, acendam o primeiro foco e venham atrizes, atores, técnicos, diretores (as), entre tantos (as) outros (as). Porque a História continua.
Informações:
Em modelo híbrido, Fescete abre inscrições para mostras nacionais em abril
Estimando a participação de mais de 1,2 mil artistas de diferentes segmentos, vem aí a 26ª edição do Fescete - Festival de Cenas Teatrais em junho. Com o tema 'Reconexão', a iniciativa pioneira do gênero no Brasil já abre inscrições entre 1º e 22 de abril para as mostras competitivas: teatro estudantil, mirim adulto e monólogo. Interessados devem acessar: www.fescete.com.br.
Este ano, o festival será híbrido, pois haverá apresentações presenciais - seguindo as medidas sanitárias vigentes - e virtuais pelo canal do YouTube (youtube.com/fescete), como a categoria adulto/monólogo. Ainda, estão previstas o Concurso Nacional Virtual de Cosplay (inscrições de 1º a 22 de abril), com participação da Farah, o Concurso Estudantil de Poesia (inscrições de 1º de abril a 27 de maio), a Mostra de Contação de Histórias e a Mostra de Teatro Lambe-Lambe.
Com histórico de 250 mil espectadores nestes 25 anos, o evento terá em sua nova edição: cursos, workshops, performances, rodas de partilha, exposição e debates. Não à toa, o tema do evento: "Após o distanciamento social e aproximação virtual, o Fescete busca alcançar a reconexão", destacam os diretores gerais do festival, Karla Lacerda e Pedro Norato.
"É a reconexão de se reencontrar, por meio da arte, em si mesmo e no outro, partilhando do mesmo espaço, dos mesmos anseios e do mesmo futuro que se constrói na força do coletivo", complementam. O Fescete é uma realização da Tescom Promoções Artísticas e Culturais em parceria com a Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Cultura.
Danilo Nunes é músico, ator, historiador e pesquisador de Cultura Popular Brasileira e Latinoamericana
Instagram: @danilonunes013
Facebook: @danilonunesbr
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