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Suíte Pelotas ocupa o palco do Teatro Guarany na segunda-feira, homenageando a cidade e suas pessoas

Suíte Pelotas ocupa o palco do Teatro Guarany na segunda-feira, homenageando a cidade e suas pessoas

A obra "Suíte Pelotas", do compositor Mathias Pinto, terá sua estreia mundial na próxima segunda-feira, 27 de janeiro, no Teatro Guarany, às 20h30. Escrita para orquestra e regional de choro, a peça presta uma homenagem à cidade de Pelotas e seus espaços icônicos, trazendo uma sonoridade que une o choro tradicional à formação orquestral. O espetáculo faz parte da programação do Festival de Música do Sesc e contará com transmissão ao vivo pelo canal do Sesc RS no YouTube, além de tradução em Libras.

Uma homenagem musical a Pelotas

A composição conta com oito movimentos, cada um representando um local importante da cidade:

- Mercado Público

- Praia do Laranjal

- Teatro Guarany

- Café Aquários

- Bar Liberdade

- A Boronesa

- Theatro Sete de Abril

- O Quadrado

Segundo Mathias Pinto, esses locais foram escolhidos por sua relevância histórica e afetiva, tanto para ele quanto para a população de Pelotas. "São lugares que fazem parte do imaginário coletivo da cidade e que merecem ser celebrados por sua importância cultural e social", destacou o compositor. Alguns desses espaços ainda estão em funcionamento, como o Mercado Público e o Café Aquários, enquanto outros enfrentam desafios, como o Theatro Sete de Abril, fechado há anos e aguardando restauração.

Além de homenagear os locais, a suíte pretende também destacar as pessoas que fizeram e fazem parte da cena cultural de Pelotas. "A ideia é que, através dessas homenagens, o público possa sentir que está fazendo um passeio pela cidade, revivendo memórias e reconhecendo a identidade de Pelotas em cada nota", explicou Mathias.

O choro como elemento central

Pelotas tem uma forte tradição no choro, e a escolha do gênero musical para a composição da "Suíte Pelotas" foi natural. A peça explora diferentes vertentes do choro, incluindo polca, samba, valsa e outros ritmos. O gênero tem raízes profundas na cidade, com diversos músicos e pesquisadores que ajudaram a fortalecer essa tradição ao longo das décadas.

Entre as influências do compositor está Radamés Gnattali, renomado músico gaúcho, que também escreveu uma suíte para regional de choro e orquestra, a "Suíte Retratos". Essa peça é considerada uma das mais importantes da música popular brasileira e serviu como referência para Mathias na criação da "Suíte Pelotas". "O choro não é apenas um ritmo musical, ele é um gênero que permite uma grande variedade de influências, e isso se reflete na peça, que traz diferentes nuances e estilos", explicou o compositor.

A relação entre Pelotas e o choro vai além da tradição musical. A cidade tem um histórico de produção acadêmica voltada ao gênero, além de eventos e músicos que mantêm viva essa expressão cultural. "A peça não apenas celebra o passado e o presente do choro em Pelotas, mas também aponta para o futuro, incentivando a continuidade desse movimento musical na cidade", destacou Mathias.

Orquestra e regional de choro no palco

A apresentação contará com 50 músicos, divididos entre a orquestra e o Sexteto Gaúcho, que compõe o regional da peça. Os instrumentos incluem acordeão, flauta, bandolim, cavaquinho, violão de seis e sete cordas, percussão, além do naipe completo de sopros e cordas da orquestra. A combinação entre esses instrumentos traz uma sonoridade única, mesclando a riqueza do choro com o peso e a profundidade da música orquestral.

O Sexteto Gaúcho tem uma trajetória consolidada na música brasileira e será responsável pela parte regional da suíte. O grupo já participou de diversos festivais e concertos pelo país, sendo reconhecido pela sua excelência na interpretação do choro. "A ideia é trazer a riqueza do choro em sua forma mais completa, explorando a variedade rítmica do gênero", explica Mathias. A peça busca criar uma ponte entre diferentes formações instrumentais, aproximando a tradição popular da música de concerto.

Além dos músicos experientes, a orquestra contará com a participação de alunos inscritos no Festival de Música do Sesc, ampliando a proposta pedagógica do evento. Essa experiência permite que novos talentos tenham contato direto com uma produção de grande porte, enriquecendo sua formação musical e fomentando a continuidade do gênero na cidade.

Financiamento e apoio cultural

O concerto faz parte da programação do Festival Internacional Sesc de Música, que foi viabilizado por meio da Lei Rouanet, com apoio de patrocínios e incentivos fiscais. Mathias Pinto destacou a importância do financiamento cultural para a realização de projetos como este, ressaltando que a Lei Rouanet é essencial para garantir o acesso da população a eventos culturais de qualidade.

Além do impacto cultural, eventos financiados por incentivos fiscais geram um efeito multiplicador na economia local. "Um festival como esse não só promove a cultura, mas movimenta diversos setores da cidade, como hotéis, restaurantes e transporte. O investimento em cultura retorna para a economia de maneira significativa", afirmou Mathias. Segundo ele, o entendimento correto sobre o funcionamento da Lei Rouanet é fundamental para que a população apoie e valorize iniciativas desse tipo.

O compositor também ressaltou o papel das empresas que participam do financiamento cultural. "É essencial que os empresários percebam o impacto positivo que esses eventos têm para a cidade e para a formação de público. A cultura não é um gasto, mas sim um investimento no desenvolvimento social e econômico", finalizou.

Serviço

O que? Concerto de estreia da "Suíte Pelotas"

Quando? Segunda-feira, 27 de janeiro, às 20h30

Onde? Teatro Guarany, Pelotas

Entrada: Gratuita (ingressos distribuídos pelo Sesc)

Transmissão ao vivo: Canal do Sesc RS no YouTube, com tradução em Libras

*Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.


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