Em mais um setembro marcado por eventos extremos, como ocorreu há um ano, o Rio Grande do Sul já registra 865 pessoas fora de casa devido aos temporais dos últimos dias. Desse total, 560 estão abrigados em casas de terceiros e 305 foram acolhidos em espaços disponibilizados pelo poder público em nove cidades. Os dados foram divulgados nesta manhã pela Defesa Civil do Estado e consideram os danos registrados no RS desde sábado.

O estado reviveu ontem cenas de casas e prédios públicos avariados, sinaleiras em pane, vias interrompidas e barragens rompidas. A maior parte dos danos ocorreu em municípios da fronteira oeste, da campanha e da região sul, onde uma frente fria provoca chuva intensa, raios e vendavais desde quinta-feira da semana passada.

Trinta e uma cidades já sofreram algum tipo de estrago. Camaquã é o município mais impactado, com 700 pessoas fora de casa. Distante 129 quilômetros de Porto Alegre,a cidade teve mais de 500 casas destelhadas, incluindo nove das 27 escolas municipais. Um açude rompeu-se na localidade de Pacheca, em Camaquã, às margens da BR-116. Segundo a MetSul Meteorologia, o município pode ter sido atingido por uma microexplosão (downburst), fenômeno caracterizado por fortes ventos descendentes sobre uma região isolada.

Em Pelotas, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) decretou situação de emergência, suspendeu aulas e realizou procedimentos de contenção em uma barragem no bairro Fragata. Já o governo do estado chegou a informar que monitorava a situação de duas barragens no bairro pelotense de Passo do Salto.

Novos alertas

O estado está sob dois alertas emitidos pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e válidos até o meio-dia de hoje. Um deles sinaliza grande perigo para volumes altos de chuva em cidades como Santa Maria e Pelotas. O segundo aviso destaca o risco de tempestade para Fronteira Oeste, Campanha, Sul, Região Metropolitana, incluindo Porto Alegre, que tem ainda um alerta da Defesa Civil do município para ventos fortes, chuvas e temporais isolados válido até o meio-dia de sexta. De acordo com o Inmet, a capital pode registrar hoje cerca de 90 mm, o que representa 61% da média para o período.

A chuva intensa já provoca alagamentos na capital e preocupa as autoridades. Com a rede de esgotos ainda assoreada pela enchente de maio, novos alagamentos podem deixar ruas intransitáveis, especialmente em pontos do Quarto Distrito, Centro Histórico e do Eixo da Sertório.

Escrito por: Redação

Imagem: Divulgação