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Rio Grande do Sul inicia Jornada pela Segurança nas Escolas nesta quarta-feira (12)
Com o objetivo de envolver gestores da educação e da segurança, estudantes e educadores/as, produzindo escutas e construindo políticas que possam proteger as escolas das violências, inicia, nesta quarta-feira (12), a Jornada pela Segurança nas Escolas. A ação foi proposta pela deputada estadual Sofia Cavedon (PT), presidenta da Comissão de Educação da AL/RS. O primeiro encontro será em Rio Grande no Instituto Estadual de Educação Juvenal Miller, às 14h, na sede da escola, Rua Andrade Neves, s/n, Centro.
Conforme aponta a parlamentar, o ataque ocorrido semana passada em Blumenau, no interior de Santa Catarina, gerou um clima de tensão e o aumento da circulação de informações falsas sobre possíveis atentados em outras cidades, inclusive no Rio Grande do Sul.
De acordo com levantamento feito pela pesquisadora Michele Prado, do Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP (Universidade de São Paulo), o país registrou 22 ataques a escolas entre outubro 2002 e março de 2023. O número supera o total registrado nos 20 anos anteriores, segundo pesquisadores.
A violência nas escolas foi tema da reunião da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (11). Entidades estudantis e movimentos sociais participaram da sessão e entregaram à presidenta da comissão uma carta apresentando suas reivindicações. O documento intitulado “Por uma escola democrática e acolhedora” traz sugestões e cobra iniciativas do governo do estado para combater todas as formas de violência, opressão, discriminação e intolerância.
“Reforçamos que o papel do Estado é acompanhar as ameaças, atuando ativamente no combate e desmobilização de grupos e comunidades virtuais que promovem o ódio e a violência, bem como na identificação e punição dos autores das mensagens que circulam nas redes sociais”, diz um trecho da carta. Outra cobrança é para que se cumpra a lei que assegura a presença de psicólogos e assistentes sociais dentro das instituições escolares.
"É preciso retomar a gestão democrática nas escolas"
Para Sofia Cavedon, não há receita pronta para enfrentar esse problema, mas o ponto de partida é o fortalecimento de um ambiente democrático e o auxílio de profissionais capacitados para a prevenção e a gestão adequada de ameaças e conflitos. “É preciso garantir a capacitação de profissionais na área dos Direitos Humanos e retomar a gestão democrática nas escolas com o protagonismo da juventude. Precisamos recriar um ambiente saudável, acolhedor, e fazer partir das escolas a construção de uma sociedade mais justa, solidária e igualitária”.
A deputada defendeu que as empresas de mídias digitais também sejam responsabilizadas pela disseminação de discursos de ódio e de intolerância.
O deputado Leonel Radde (PT), que também integra a Comissão de Educação, pontuou sobre a necessidade de medidas concretas para enfrentar a violência no âmbito escolar. “Ao mesmo tempo que a gente não pode entrar em pânico porque o terrorismo quer justamente não fazer nada e deixar todo mundo sob pressão, a gente também não pode menosprezar essa realidade. Precisamos atuar na desradicalização da sociedade, que passa essencialmente pelas escolas.”
Radde esteve em Brasília na segunda-feira (10) e participou de reuniões no Ministério da Justiça sobre o tema. Já a deputada Sofia, no mesmo dia, esteve com o Procurador-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Marcelo Dornelles. A deputada, inclusive, articulou uma reunião das entidades estudantis com o Ministério Público, que deve ocorrer nos próximos dias.
Participaram da reunião na Comissão de Educação representantes da UNE, UBES, UGES, UEE e do Coletivo Juntos, e o vereador de Porto Alegre Aldacir Oliboni (PT).
Edição: Katia Marko/ Brasil de Fato RS
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