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Quem é Gabriel Galípolo, o próximo presidente do Banco Central
Indicado no final de agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para presidir o Banco Central de 2025 a 2028, Gabriel Galípolo foi submetido à sabatina Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado Federal na manhã e tarde desta terça, 8, onde foi aprovado por unamidade. Seu nome deve apreciado pelo Plenário ainda nesta terça. Na chegada, em conversa com senadores, ele logo se apressou em defender a manutenção da atual meta inflacionária.
Em resposta a senadores na manhã desta terça-feira, 8, o diretor de política Monetária do Banco Central, economista Gabriel Galípolo, reafirmou que o Banco Central que estará sob seu comando a partir de 2025, não será pautado por alterações em relação às políticas de controle da inflação. Ele defendeu que o BC persiga “de forma inequívoca” a meta de inflação de 3%.
“Hoje nós temos uma meta estabelecida de 3% e cabe ao BC perseguir essa meta de maneira inequívoca, colocando a taxa de juros em patamar restritivo necessário pelo tempo que for necessário para atingir essa meta. Essa é a função do BC. De maneira nenhuma, ideia de autonomia é de que o BC vai virar as costas para o poder democraticamente eleito”, sinalizou.
Fundador do Banco Fator que comandou a privatização Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro, atuou na gestão de José Serra no governo de São Paulo e foi secretário de Fernando Haddad na Fazenda antes de ser designado como diretor do Banco Central.
Alinhado ao governo Lula, mas de perfil conservador e ideias heterodoxas para a economia, Galípolo transita entre a defesa de políticas públicas e das privatizações e defende a queda drástica das taxas de juros, o que o distancia do atual presidente do BC, Campos Neto. É visto como um mediador de interesses entre o mercado financeiro e o setor público.
Estabilidade monetária
“O Brasil é reconhecido por sua estabilidade monetária e financeira. Durante os últimos 12 meses, foi possível observar inflação no Brasil em patamares equivalentes aos das economias mais desenvolvidas e estáveis do mundo. Nós vamos estar sempre sujeitos a momentos mais desafiadores, mas a atuação do Banco Central tem sido inequívoca na percepção da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional”, tranquilizou.
Rotulado como “heterodoxo moderado”, o economista é visto como um mediador entre o mercado financeiro e o governo federal. Ele destacou o papel do BC no cumprimento do sistema de metas de inflação e reiterou que a instituição é “a âncora” que dá estabilidade para a atual moeda brasileira, adotada em 1º de julho de 1994, o Real.
Antes da sessão, o economista visitou os gabinetes dos senadores. “Faço questão de registrar publicamente todas as conversas que tive com todos os senadores e senadoras. Todos os questionamentos, todos os conselhos de quem conhece muito o país, estavam encharcados da preocupação com o destino do nosso país”, elogiou. O executivo aproveitou a audiência para avisar que atuará com liberdade no cargo.
“Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar com o presidente Lula, me foi dada a garantia de liberdade na função. Cada ação e decisão deve se pautar no bem-estar de cada brasileiro. Reitero que todas as conversas que tive com senadoras e senadores foram no sentido de assegurar o compromisso com os cidadãos brasileiros”.
Respondendo a provocações de senadores, o economista esquivou-se. “Minha relação com os presidentes (Lula e Campos Neto) é a melhor possível, não consigo fazer qualquer queixa sobre ambos”, desconversou.
“Sou daqueles que defendem que o Banco Central não deveria nem votar na meta de inflação. Reforço aqui a necessidade de você ter uma estrutura institucional do Banco Central que permita a ele desempenhar suas funções. Por exemplo, o Pix é uma infraestrutura pública digital que se equipara hoje a quase todas as outras infraestruturas essenciais.
Quem é Gabriel Galípolo
Banco Central deve perseguir meta de inflação de 3%, defende Galípolo em sabatina no Senado
“A ideia de autonomia não é o Banco Central virar as costas para o poder democraticamente eleito”, esclareceu o economista
Indicado no final de agosto pelo presidente Lula para a sucessão de Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central de 2025 a 2028, Gabriel Muricca Galípolo, 42 anos, é considerado um desenvolvimentista moderado, defensor da participação do estado na industrialização, mas com privatizações em setores estratégicos.
Economista, professor e pesquisador, Galípolo é formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela PUC de São Paulo, onde lecionou na graduação de 2006 a 2012.
Também foi professor de MBA na área de parcerias público-privadas e privatizações da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
Em coautoria com o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, é autor de dos livros Manda quem pode, obedece quem tem prejuízo (2017), A escassez na abundância capitalista (2019) e Dinheiro: o poder da abstração real (2021).
Participou da gestão de José Serra (PSDB) no governo de São Paulo, como chefe da Assessoria Econômica Secretaria de Transportes Metropolitanos (2007) e diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento (2008).
Na iniciativa privada, presidiu o Banco Fator e, em 2018, comandou a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). Em 2021, o banco Fator e o BNDES lideraram o leilão da estatal, operação que arrecadou R$ 22,6 bilhões com a venda de três dos quatro blocos ofertados.
Secretário executivo do Ministério da Fazenda no terceiro mandato do presidente Lula, foi braço direito do ministro Fernando Haddad, que o conduziu à diretoria do Banco Central. Ganhou protagonismo no BC ao defender corte de 0,50% na taxa Selic, entrando em rota de colisão com remanescentes do governo Bolsonaro no Conselho de Política Monetária (Copom).
Fonte: Extra Classe
Imagem: Extra Classe
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