Em entrevista ao SBT nessa segunda-feira, 7, Jair Bolsonaro (PL) voltou a apontar a possibilidade de que servidores e servidoras fiquem, mais uma vez, sem nenhuma reposição salarial. “Pelo que tudo indica, não será possível dar nenhum reajuste pros servidores”, disse, após falar sobre a suposta falta de espaço no orçamento. Para os servidores e servidoras, não há outra alternativa a não ser seguir a mobilização.

O governo vem dizendo e desdizendo informações sobre a reposição salarial do funcionalismo. Já falou em 5% para todos, já falou em reajuste no vale-alimentação, deixando aposentados de fora, já falou em reposição apenas para carreiras policiais. Tudo isso já foi afirmado e, depois, negado, sempre via imprensa: a maior parte das categorias jamais recebeu uma proposta formal do atual governo. A tática da confusão é flagrante, buscando desmobilizar as categorias que estão em luta e enrolar os servidores até o fim do prazo, em 4 de julho. Antes foi Guedes, Ciro, e agora é Bolsonaro que alimenta a cortina de fumaça.

Desde janeiro, o Sintrajufe/RS, a Fenajufe e muitas outras entidades que representam variadas categorias do funcionalismo federal, estadual e municipal estão em campanha salarial unificada. A reivindicação é de 19,99%, índice referente apenas às perdas inflacionárias acumuladas nos três primeiros anos de governo Bolsonaro. Os 5% ventilados pelo governo, por outro lado, não cobrem sequer metade da inflação dos últimos 12 meses. De qualquer forma, a nova indicação é de manutenção da política que o governo vem aplicando desde seu início: a do reajuste zero.

Mobilização segue com assembleia no dia 9 e atividades no dia 15

As diversas categorias que compõem a campanha salarial continuam mobilizadas. Depois dos atos realizados em Brasília, retornam as atividades nos estados. Por isso, nesta quinta-feira, 9, às 19h, o Sintrajufe/RS realiza assembleia geral estadual para debater os próximos passos dessa luta. O foco será a construção das atividades do dia 15, para quando está marcada uma data de mobilizações por reposição salarial emergencial de 19,99%.

STF, aguardando Bolsonaro, ainda não encaminhou projeto

No caso do Judiciário, já ficou demonstrado, em documento encaminhado à Casa Civil, que há espaço no orçamento, mas o STF, em vez de encaminhar projeto de lei ao Congresso, está condicionando o índice de reposição da categoria à decisão do governo Bolsonaro para todo o funcionalismo. O Supremo já poderia ter enviado projeto ao Congresso, a exemplo do que fez o Tribunal de Contas da União (TCU), que apresentou à Câmara um projeto para a reposição de 13,5% para os servidores e as servidoras do órgão.

Além da pressão sobre o governo federal, servidores e servidoras do Judiciário Federal estão também cobrando ações concretas do STF. A Fenajufe solicitou audiência com o presidente do STF, ministro Luiz Fux, para tratar do projeto a ser encaminhado com vistas à reposição de perdas da categoria, mas ainda não conseguiu ser recebida por ele.

por SintrajufeRS