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Lula com empresários da construção: ‘Setor será um motor do crescimento’
Em reunião com empresários do setor da construção civil nesta terça-feira (23), o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que aposta no setor para retomar o crescimento e o desenvolvimento do Brasil. Nesse sentido, ele afirmou que, se eleito, pretende retomar o programa Minha Casa Minha Vida. Também anunciou que, juntamente com os governadores, seu governo vai desenvolver um grande programa de infraestrutura. Além disso, pretende retomar obras paradas em todo o país, atualmente na casa das dezenas de milhares.
Participaram do encontro representantes da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis (Secovi) e do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), que levaram um documento com diretrizes para a retomada do setor. Além de Lula, estavam presentes o seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o economista Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo.
“A primeira coisa que quero fazer é que o Minha Casa Minha Vida volte a ser um programa de governo”, disse Lula aos empresários. Para isso, o ex-presidente afirmou que é preciso “adequar” as taxas de juros e ampliar a capacidade de investimento do Estado, através da participação dos bancos públicos. O candidato ressaltou, assim, a urgência de retomar o dinamismo do setor. “Quem está sendo prejudicado nesse momento é exatamente a parte da população de renda mais baixa. A mais vulnerável, a que mais precisa de casa”.
No plano de ação que vai debater com os governadores, Lula vai pedir que apresentem os projetos de infraestrutura mais importantes em cada estado. “Nesse meio tempo, já estará funcionando o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). E nós pretendemos anunciar um grande programa de infraestrutura já no mês de janeiro”, disse.
Emprego como “obsessão”
O ex-presidente afirmou aos empresários que a recuperação do nível de emprego, para ele, “é uma obsessão“. “Na hora que o cidadão tiver um emprego e um salário, ele vira cidadão de primeira categoria, deixa de ser dependente do Estado. E ele vai poder consumir as coisas que ele próprio produz. Então, esse é um compromisso nosso”, destacou.
Lula ressaltou que, ao lado do ex-governador Alckmin, seu governo vai garantir que o povo brasileiro deixará de discutir coisas “secundárias”. “Esse país vai começar a discutir aquilo que interessa à sociedade brasileira. Aquilo que interessa ao povo trabalhador, aos empresários, ao pequeno e médio empreendedor. Aquilo que interessa ao pequeno e médio produtor rural. E, sobretudo, aquilo que interessa a 33 milhões de pessoas que estão passando fome. Vocês são testemunhas da quantidade de gente dormindo nas calçadas, nas marquises, em São Paulo e no Brasil inteiro”, disse Lula aos empresários da construção.
Coletividade
Por sua vez, Mercadante destacou números da construção civil durante os governos petistas. “Saímos de um patamar de R$ 2,2 bilhões de investimento em construção civil em 2003, para R$ 100 bilhões em 2013 e 2014. E o setor acompanhou esse salto. As empresas de construção imobiliária cresceram 48% no período. O faturamento aumentou 54%, e o emprego, 58%. Parte desse resultado foi por essa construção progressiva do aprimoramento do marco legal, de novos instrumentos de financiamento e principalmente de um grande programa que inovou o setor.”
O economista destacou, por exemplo, mudanças nos marcos regulatórios do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que possibilitou a ampliação dos recursos para os setores de habitação e infraestrutura. Medidas que permitiram a realização de mais de mil obras do chamado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em 2007, contribuindo para o crescimento do emprego e da renda no país.
Por outro lado, Lula ressaltou que os programas e avanços não foram mérito apenas dos governos petistas, mas do diálogo mantido com a classe empresarial. “Vocês se lembram que todas as conquistas na construção civil não foram uma obra do meu governo. Foi uma construção que nós fizemos junto com os empresários, seja no CDES, seja em reuniões com vários setores da construção civil. Reuniões em que a gente discutia cada aprimoramento que precisávamos para retomar o caminho do desenvolvimento.”
Reforma tributária
Ao continuar sua exposição sobre o plano de governo para o setor da construção, Lula afirmou que, para realizar esses projetos, será necessário voltar a discutir uma reforma tributária profunda no país. “É preciso que o resultado dessa política tributária não seja uma medição de forças. Mas que seja a conclusão de um acordo que a gente possa fazer, naquilo que interessa a quem investe, a quem compra e a quem trabalha. É plenamente possível a gente fazer uma política tributária que desonere os investimentos e que possa garantir que haja mais justiça na política de imposto de renda nesse país.”
Ele garantiu saber dos desafios, relatando uma tentativa de aprovar no Congresso uma reforma tributária em 2007. No entanto, a iniciativa esbarrou na disputa de interesses dentro do Legislativo. Mas reiterou que acredita na capacidade de negociação, buscando estabelecer “interesses comuns”, para fazer o país voltar a crescer.
Lula também disse aos empresários que a construção civil brasileira viveu “um período de ouro”, entre 2007 e 2010, quando, entre outras conquistas, o governo federal completou 1 milhão de casas entregues pelo Minha Casa Minha Vida. Ao mesmo tempo, estavam sendo construídos os estádios para a Copa do Mundo de 2014, além de diversas obras de infraestrutura, dentre elas, três das maiores hidrelétricas do mundo, através do PAC. “O Brasil chegou a ser a sexta economia do mundo. Lamentavelmente, parece que nós viramos caranguejo e começamos a andar para trás.”
Credibilidade, estabilidade e previsibilidade
Lula reafirmou aos empresários da construção civil que não existe “mágica” para fazer o Brasil voltar a crescer. Para tanto, repetiu, é preciso que o governo tenha “credibilidade, estabilidade e previsibilidade”. “Se o governo garantir essas três coisas na sua relação com a sociedade brasileira, com os empresários e com os outros entes federados, a tendência é o Brasil dar certo”, ressaltou.
“Estou candidato porque tenho certeza que, se Alckmin e eu ganharmos as eleições, vocês vão poder festejar com a gente a retomada do crescimento, do desenvolvimento, da distribuição de renda e da melhoria de vida do povo brasileiro. É isso que nos anima, que nos faz ficar juntos e que vai fazer a gente ganhar as eleições”, concluiu.
Por Tiago Pereira, da RBA
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