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Lula afirma que é “candidato para ganhar as eleições”
O ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de uma coletiva de imprensa para sites da mídia independente nesta quarta-feira (19). A entrevista, a primeira a esses veículos em 2022, foi transmitida ao vivo.
Lula falou, principalmente, sobre as eleições presidenciais deste ano, nas quais seu principal opositor é o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com pesquisa Ipespe divulgada na sexta-feira (14), o ex-presidente segue na liderança da corrida eleitoral pelo Palácio do Planalto em 2022. Com 44% das intenções de voto, ele poderia ganhar o pleito no 1º turno.
“É plenamente possível fazer o povo voltar a acreditar no seu churrasquinho, na sua cervejinha, na sua costelinha. Quem for vegetariano, como a (deputada) Gleisi (Hoffman), a sua saladinha, um bife de soja. Temos que devolver ao povo brasileiro o prazer das coisas mais elementares.”
Eleição é para ganhar
“Não há candidato, nem vice. Digo isso para ficar claro. Não sou candidato para ser protagonista, sou candidato para ganhar as eleições. Sou candidato para ganhar as eleições em um momento que o Brasil está infinitamente pior do que em 2003 quando tomei posse. Ganhar eleição é mais fácil do que governar.”
“Não terei nenhum problema se tiver que fazer uma chapa com o Alckmin para ganhar as eleições e governar este país”. “Da minha parte, não existe nenhum problema em fazer uma chapa com o Alckmin e ter o Alckmin de vice. (…) Eu espero que Alckmin esteja junto, sendo ou não o vice, porque me parece que ele se definiu por fazer uma oposição definitiva ao bolsonarismo e ao dorismo. O PSDB hoje não é o PSDB criado na Constituinte.”
Preparação para as eleições
“Eu sou um cara que gosta de conversar com as pessoas, de ouvir as pessoas. Vou conversar muito ainda. Não tomo decisão sem pensar. Eu me preparo. Me levanto todo dia 6 horas da manhã, corro 6km, faço muita musculação e muita perna para andar por esse país.”
Mercado financeiro
"Não posso querer ser presidente para resolver problemas do sistema financeiro, dos empresários, daqueles que ficaram mais ricos durante a pandemia. Só tem uma razão para eu voltar a ser presidente: para que o povo volte a sonhar "
Escolha de ministros
“Tem gente que quer que eu já indique meu guru econômico; meu vice; meu ministro da Justiça. Tudo isso vai acontecer no tempo certo (…) A gente não senta na cadeira antes do tempo, porque dá azar.”
Relação com os Estados Unidos
“Como é que eu vou tratar os Estados Unidos? Trato com o respeito que eu acho que eles merecem, mas quero que me tratem com o respeito que o Brasil merece. Eles têm que compreender que o Brasil é o país mais importante da América Latina, o maior em população, o maior economicamente e o Brasil tem interesse em crescer junto com todos os países da América Latina e da América do Sul. E o Brasil pode ser um grande protagonista.”
Política industrial
“O Brasil precisa pensar em recuperar sua capacidade industrial. A indústria já representou 30% do PIB. Hoje representa de 10% a 11%. A indústria desapareceu porque quiseram que ela desaparecesse. Precisamos fazer uma grande discussão do que entendemos por uma nova política industrial. Qual mercado podemos entrar; o que podemos estruturar. Se pegarmos nossos cientistas, nossas universidades, nossos empresários jovens e modernos, podemos apresentar.”
ONU e a nova governança global
"Temos que construir outro mundo. Precisamos rediscutir uma nova governança mundial. Precisamos de uma ONU rejuvenescida, renovada, mais representativa da geopolítica atual e com determinados poderes."
“Sobretudo na questão ambiental e da paz, precisam de decisões coletivas e não unilaterais. É preciso acabar com o poder dos Estados Unidos de não respeitar nenhuma decisão. A mesma ONU que construiu o Estado de Israel não tem coragem de construir o Estado Palestino.”
Críticas ao governo Bolsonaro
“Um país que está sem orientação pra absolutamente nada. Não cuidou do Enem, não cuidou do Sisu, não cuidou do Prouni, não cuidou do Reuni, não cuidou do Fies. A única coisa que o governo Bolsonaro faz é tentar evitar julgamento e investigação da sua própria família. (…) Falar que vai fazer uma consulta sobre vacinação em criança é uma das coisas mais absurdas neste país. Ainda mais em um país que já foi respeitado no mundo pela cultura de vacinação, abolindo várias doenças que agora começam a voltar.”
Fonte: Brasil de Fato - por Paulo Motoryn
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