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Justiça proíbe Bolsonaro de atentar contra dignidade de Paulo Freire
No Brasil do governo de Jair Bolsonaro, foi necessária intervenção judicial para proteger a imagem de um dos principais educadores do mundo. A Justiça Federal do Rio proibiu o governo federal de tomar qualquer atitude que atente contra a dignidade de Paulo Freire. O patrono da educação brasileira, morto em 1997, é alvo de ataques constantes de Jair Bolsonaro e de seus seguidores. No domingo (19) comemora-se o centenário do nascimento de Paulo Freire.
A decisão da Justiça do Rio refere-se a uma ação do Movimento Nacional de Direitos Humanos. Caso descumpra a decisão liminar, ou seja, de caráter de urgência, a União deverá pagar multa de R$ 50 mil por dia. Reportagem da Folha de S.Paulo informa que a juíza Geraldine Pinto Vital alega poder haver dano se o governo não respeitar o educador como patrono da educação brasileira. O título foi concedido a Paulo Freire em 2012, durante o governo da presidenta Dilma Rousseff (PT).
Segundo a juíza, quando há “abuso de direito pela expressão que ameace a dignidade, tem-se violação capaz de liquidar a finalidade da garantia constitucional, desfigurando-a (a liberdade de expressão)”.
Freire inovador
Referência na área da educação desde os anos 1960, Paulo Freire criou um método inovador de alfabetização de adultos. Para ensinar, as aulas têm como base as vivências dos estudantes.
A Pedagogia do Oprimido, livro mais conhecido de Paulo Freite, é uma das cem obras mais citadas em língua inglesa, de acordo com o Google Scholar, plataforma voltada à produção científica. “Já segundo o Open Syllabus –projeto que reúne informações do mundo acadêmico – o livro é a única obra brasileira a aparecer na lista dos 100 mais pedidos pelas universidades de língua inglesa”, informa a reportagem.
Medo do pensamento crítico
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro já avisada que pretendia excluir os métodos de Paulo Freire das escolas. “Entrar com um lança-chamas no MEC para tirar o Paulo Freire de lá.”
O candidato, atual presidente da República, já demonstrava receio ao pensamento crítico, uma das bandeiras do educador. “Eles defendem que tem que ter senso crítico. Vai lá no Japão, vai ver se eles estão preocupados com o pensamento crítico”, dizia Bolsonaro.
Paulo Freire foi preso durante a ditadura militar e exilado. Durante a gestão da prefeita Luiza Erundina (então no PT), em São Paulo, foi secretário da Educação.
Por Redação RBA
Foto- Instituto Paulo Freire
Edição NPJ
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