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IPO aponta que eleitor não quer aventura na eleição municipal
A tragédia da enchente deste ano no Rio Grande do Sul será fator decisivo nas eleições municipais. É o que revela a socióloga Elis Radmann, diretora do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), que falou nesta quarta-feira (288) ao programa Edição da Manhã da RádioCom. O monitoramento de 80 cidades gaúchas aponta que a tendência de mudanças da administração municipal reduziu após a enchente de maio. “O eleitor não quer uma aventura. Ele até aceita a mudança, desde que seja uma mudança segura”, afirmou.
Elis Radmann enfatizou que o tema ambiental será valorizado pelo eleitor na hora de escolher seu candidato a prefeito nas eleições de 2024, como consequência da enchente. “Isso é um problema que preocupa demais a população. Todos os efeitos climáticos. Essa virou uma agenda muito forte. Na leitura do eleitor não é discutir o papel internacional do Brasil, mas é discutir como nós vamos nos preparar para isso, os eventos climáticos. Como, por exemplo, as estruturas governamentais vão estar preparadas, inclusive com a formação de equipes de secretarias para atender as questões climáticas”, destacou.
Num momento de polarização política no país, Elis Radmann disse que as questões do dia a dia dos municípios se sobrepõem na preferência dos eleitores quando se trata de uma eleição para prefeito. “Estamos observando um fenômeno, principalmente no Rio Grande do Sul, onde o gaúcho está muito mais voltado para as questões locais, para aldeia. As pessoas estão muito preocupadas com questões como infraestrutura, zeladoria e saúde pública. São temas muito caros para o eleitor. Esses temas vão exigir que os candidatos façam um debate muito mais municipalista do que de temas nacionais”, afirmou.
A socióloga do IPO falou também das notícias falsas, as quais podem conduzir o eleitor a acreditar em mentiras no processo eleitoral. Ela revelou que as pesquisas apontam que 50% dos eleitores entrevistados demonstram preocupação com as redes sociais quanto a circulação de fake news e deepfake. “A gente começou mapear esse redesenho do eleitor, que está com medo das notícias falsas. Para ele o campo da credibilidade é o horário eleitoral no rádio e na tevê. Depois ele vai olhar as redes sociais, mas na cabeça dele ali é um campo de sangue, fogo e fofoca. ‘Ali eu me divirto, mas não levo muita fé’. Saiu nessa semana no Jornal do Comércio uma pesquisa nossa, do IPO, que mostra o aumento da credibilidade da imprensa, do jornalista, do radialista, porque esses profissionais irão tentar validar as informações que irão circular nas redes sociais”.
Fonte: RádioCom Pelotas / Por Caldenei Gomes
Imagem: IPO
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