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Histórico: Papa Francisco autoriza bênção a casais do mesmo sexo nas igrejas católicas
O papa Francisco editou ontem (18) um documento que autoriza a concessão de bênçãos a casais homoafetivos. A decisão é um marco histórico da Igreja Católica, que busca aproximação com a defesa dos direitos humanos e com a comunidade LGBTQIAP+. Até então, a doutrina cristã apostólica romana condenava de todas as formas a união entre pessoas do mesmo sexo.
Contudo, agora, padres católicos poderão conceder bênçãos. Ficará à critério individual do pároco. Embora eles possam recusar, de acordo com a decisão do papa Francisco, eles estão proibidos de impedi-las. Fica proibido, de acordo com o documento papal, qualquer ação que impeça “a entrada (em igrejas) de pessoas em qualquer situação em que possam procurar a ajuda de Deus através de uma simples bênção”.
“Contemplamos a possibilidade de acolher também aqueles que não vivem de acordo com as normas da doutrina moral cristã, mas pedem humildemente para serem abençoados”, diz trecho do comunicado.
Papa Francisco e inclusão
O papa Francisco vem apostando na inclusão desde que assumiu o cargo mais alto da Igreja Católica Romana, em 2013. Em outubro do ano passado, ele disse que “a caridade pastoral deve permear todas as nossas decisões e atitudes”. Então, completou ao dizer que eles, da igreja, “não podem ser juízes que apenas negam, rejeitam e excluem”. Antes disso, em agosto, em outro aceno importante, o papa disse que pessoas trans “são filhos e filhas de Deus”. Também disse que “a homossexualidade não é crime”.
Contudo, o sumo pontífice lembrou que isso não autoriza, ainda, o casamento católico entre essas pessoas. “Implica um verdadeiro desenvolvimento do que foi dito até agora sobre as bênçãos, chegando a compreender a possibilidade de abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo sem validar oficialmente o seu estatuto ou alterar de alguma forma o ensinamento perene da Igreja sobre o casamento”.
Histórico
Nas redes sociais, internautas e autoridades comemoraram a decisão papal. “Sob a liderança do Papa Francisco, a medida permite aos padres abençoar uniões homoafetivas, respeitando a diversidade e abrindo espaço para diferentes formas de amor. Embora a opção de se recusar permaneça, a proibição de impedir a entrada de pessoas em busca de bênçãos destaca a importância do respeito às escolhas individuais”, disse a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Outro parlamentar, o petista Nilto Tatto (SP), destacou a importância da decisão do papa Francisco. “Uma notícia realmente histórica, que terá impacto na vida de milhões de pessoas e famílias ao redor do mundo. A Igreja Católica é, sem dúvida, uma das instituições mais conservadoras do mundo, mas tem, no Papa Francisco, se mostrado cada vez mais aberta. Ainda falta muito, mas não podemos negar os avanços recentes nesta caminhada”.
Fonte: RBA
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