Política de juros e eleições municipais compõem a pauta nas assembleias de sindicalistas

A Central Única dos Trabalhadores (CUT RS) está percorrendo o interior gaúcho numa caravana, que visa mobilizar trabalhadores e trabalhadores para participação nas eleições municipais e alertar para o entrave no desenvolvimento do país por conta da política de juros altos do Banco Central. A direção da CUT RS esteve em Pelotas na terça-feira e em Rio Grande na quarta. “A caravana demonstra nosso compromisso com a democracia e com a luta por direitos”, diz o presidente da entidade Amarildo Cenci, que concedeu entrevista ao programa Edição da Manhã desta quarta na RádioCom.

 A compreensão da CUT é que os trabalhadores e as trabalhadoras precisam entender com mais clareza como se desenvolvem as questões políticas. Amarildo cita o exemplo dos juros atualmente no país. “Temos que chegar com termos bem compreensível e explicar para as pessoas, porque a taxa Selic está em 10,5%, enquanto a inflação está em torno de 3,5%, 4%. Quem ganha com a taxa alta. Não é só a dívida pública, mas todo um sistema organizado que quer alcançar lucro com esse dinheiro que não estava no sistema produtivo, que não está aplicado na infraestrutura do país”, comenta.

 O segundo ponto da caravana é a mobilização da classe trabalhadora para as eleições municipais. A CUT apresenta pontos prioritários dentro da pauta do debate político. “Cada vez mais as atividades públicas dependem dos municípios. A vida acontece no município. A escola pública, desde a primeira infância depende do município. O sistema de saúde é pensado pelo município. Todo o planejamento urbano, o saneamento, a organização da cidade, a limpeza pública, a praça, o acolhimento a pessoas, o transporte público... Todas essas questões estão agora em disputa. Vamos ver o que cada um (candidato) diz e não vale mentir. É preciso mostrar também como se faz para concretizar as promessas ”, ressalta.

 Amarildo Cenci reconhece que essa iniciativa da CUT RS em realizar a caravana representa uma autocrítica da atuação sindical. “Quando assumi a presidência da CUT há cinco anos, nós tivemos essa decisão de sairmos de casa e para ir para o território, considerando o território o local de trabalho e o local onde as pessoas moram”, conclui.

Redação: Caldenei Gomes  

Imagem: Arquivo