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Ciro promete ‘unir o Brasil’, criar 5 milhões de empregos e um novo pacto de governabilidade
A entrevista de Ciro Gomes (PDT) ao Jornal Nacional foi marcada por questionamentos sobre os meios pelos quais o candidato à presidência da República pretende executar seu plano de governo. Se apresentando como um “abolicionista” contra um “sistema escravagista”, em referência ao modelo que ficou conhecido como presidencialismo de coalisão para obter apoio no Congresso, Ciro defendeu que sua candidatura pretende “unir o Brasil” e que sua eleição seria um “plebiscito programático”.
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“Esse modelo (coalisão e apoio do Centrão) é a certeza do erro eterno”, afirmou. Para embasar sua tese, enfatizou que o PSDB nunca mais conseguiu eleger presidente depois de Fernando Henrique Cardoso, que Luiz Inácio Lula da Silva foi preso e Dilma Rousseff sofreu impeachment.
Para explicar como pretende obter maioria no Congresso sendo uma candidatura sem alianças com outros partidos, o trabalhista sustentou que suas ideias sairão do papel com base em propostas concretas e com o apoio de governadores cujos estados hoje sofrem para pagar sua dívida com a União.
Em caso de não haver acordo, afirmou que lançará mão da convocação de plebiscitos para que o povo decida diretamente sobre determinados temas – a prática é muito utilizada em determinados países europeus, mas poucas vezes no Brasil.
O discurso de recuperação econômica se destacou durante a entrevista, a segunda realizada pelo telejornal com os principais candidatos à presidência da República. Entre elas, a promessa de criar 5 milhões de empregos nos dois primeiros anos de governo e de um auxílio de R$ 1.000 para as famílias mais pobres. Para financiar tais medidas, entre outras propostas, o candidato disse que fará a taxação de grandes fortunas. Assunto polêmico no País, a proposta de taxação apresentada por Ciro se refere às fortunas acima de R$ 20 milhões.
“Vou energizar a política brasileira. A crise está instalada há 30 anos”, analisou. Vestindo o figurino do candidato que está em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, Ciro se referiu diretamente aos eleitores que não querem mais quatro anos de Bolsonaro, mas que também preferem não “voltar ao passado” com Lula e o PT. “Estou pedindo a oportunidade de aclarar as ideias. O Brasil tem jeito”, afirmou.
Ao longo dos 40 minutos de entrevista, o candidato trabalhista foi questionado também sobre a situação da preservação do meio ambiente e a crise climática. Ao se referir à Amazônia, criticou o desmonte dos órgãos de controle e defendeu que a região precisa de um zoneamento ecológico que promova uma nova lógica produtiva. “A floresta vale muito mais em pé do que derrubada”, disse.
Saneamento básico e a proposta de concretização do Sistema Única de Segurança Pública foram outros temas abordados. Para Ciro, é preciso haver a federalização de determinados tipos de crimes cujos estados não têm condições de enfrentar, como as facções e as milícias.
Por fim, o candidato do PDT voltou a um tema recorrente seu, o problema do endividamento da população, e prometeu propor a Lei Anti-ganância. Sem entrar em detalhes, disse que a lei pretenderá considerar como quitada a dívida cujo valor pago alcançar o dobro do débito original.
Por Sul 21
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