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Chanceler brasileiro reafirma posição contra o genocídio praticado por Israel em Gaza

Chanceler brasileiro reafirma posição contra o genocídio praticado por Israel em Gaza

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, refutou ontem (20), ao fim de reunião ligada ao G20, no Rio de Janeiro, as críticas do governo de Israel à fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o genocídio de palestinos por Israel na Faixa de Gaza. O chanceler israelense, Israel Katz, disse que Lula “ousou” a criticar o Estado sionista.

Katz disse que o pedido de paz de Lula é “promíscuo e delirante”. Vieira, em contrapartida, afirmou que “as manifestações do titular da chancelaria do governo Netanyahu, de ontem e de hoje, são inaceitáveis na forma, e mentirosas no conteúdo”. Em uma postagem nas redes sociais, a chancelaria de Israel mentiu que Lula “negou o Holocausto”.

“Uma Chancelaria dirigir-se dessa forma a um Chefe de Estado, de um país amigo, o presidente Lula, é algo insólito e revoltante”, disse Vieira. “Uma Chancelaria recorrer sistematicamente à distorção de declarações e a mentiras é ofensivo e grave. É uma vergonhosa página da história da diplomacia de Israel, com recurso a linguagem chula e irresponsável”, completou.

Diplomacia em xeque por Gaza

Então, Vieira destacou que o sionismo que já assassinou mais de 30 mil palestinos em Gaza, mais de 15 mil mulheres e crianças, não tem relação com a vontade do povo judeu. “Estou seguro de que a atitude do governo Netanyahu e sua antidiplomacia não refletem o sentimento da sua população. O povo israelense não merece essa desonestidade, que não está à altura da história de luta e de coragem do povo judeu. Em mais de 50 anos de carreira, nunca vi algo assim.”

Enquanto isso, Katz mantém sua postura de apelar para a desinformação. “Milhões de judeus em todo o mundo estão à espera do seu pedido de desculpas. Como ousa comparar Israel a Hitler?”, escreveu Katz, em português, na plataforma X. Ele marcou o perfil de Lula na publicação.

Confira a fala de Mauro Vieira na íntegra

Nossa amizade com o povo israelense remonta à formação daquele Estado, e sobreviverá aos ataques do titular da chancelaria de Netanyahu.

O Ministro Israel Katz distorce posições do Brasil para tentar tirar proveito em política doméstica. Enquanto atacou o nosso país em público, no mesmo dia, na conversa privada com nosso embaixador em Tel Aviv afirmou ter grande respeito pelos brasileiros e pelo Brasil, que definiu como a mais importante nação da América do Sul. Esse respeito não foi demonstrado nas suas manifestações públicas, pelo contrário.

Não é aceitável que uma autoridade governamental aja dessa forma.

Além de tentar semear divisões, busca aumentar sua visibilidade no Brasil para lançar uma cortina de fumaça que encubra o real problema do massacre em curso em Gaza, onde 30 mil civis palestinos já morreram, em sua maioria mulheres e crianças, e a população submetida a deslocamento forçado e a punição coletiva.

Isso tem levado ao crescente isolamento internacional do governo Netanyahu, fato refletido nas deliberações em andamento na Corte Internacional de Justiça. É este isolamento que o titular da chancelaria israelense tenta esconder. Não entraremos nesse jogo. E não deixaremos de lutar pela proteção das vidas inocentes em risco. É disso que se trata.

O embaixador de Israel em Brasília e o governo Netanyahu foram informados de que o Brasil reagirá com diplomacia, mas com toda a firmeza, a qualquer ataque que receber, agora e sempre.


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