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Centenas de educadores tomam as ruas da capital para exigir salário digno, valorização e respeito
Com bandeiras do CPERS em punho, centenas de educadores(as) marcharam pelas ruas de Porto Alegre com destino ao Palácio Piratini para exigir salário digno, valorização e respeito, e repudiar os desmandos dos governos Eduardo Leite/Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) e Bolsonaro (PL).
Durante o trajeto, professores(as) e funcionários(as) de escola – da ativa e aposentados(as) – denunciaram a corrupção na Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e no Ministério da Educação (MEC) e o confisco dos salários dos aposentados(as).
Também reivindicaram valorização salarial para todos(as) os trabalhadores(as) da educação, aumento do Salário Mínimo Regional, atualização dos valores do vale-refeição e vale-transporte, pagamento dos dias de greve recuperados, além do repúdio à PEC 274.
“Pelos direitos dos educadores, o CPERS toma as ruas novamente. A corrupção do MEC não pode passar sem uma investigação profunda e a punição dos responsáveis, o mesmo vale para a Seduc. Estamos na luta e vamos reverter esse cenário, nas escolas, nas ruas e nas urnas, elegendo governos comprometidos com os educadores, com a educação pública e com todo o povo”, ressaltou o presidente em exercício do CPERS, Alex Saratt.
O vice-presidente do Sindicato, Edson Garcia, frisou o abandono do Executivo estadual à categoria. “Hoje a aula é na rua porque temos um governo que destrói a educação, um governador que abandonou o estado à própria sorte e deixou as escolas sucateadas, sem funcionários e professores suficientes para atender a demanda”.
A diretora do Departamento de Saúde do Trabalhador(a) e representante do CPERS no Conselho de Administração do IPE Saúde, Vera Lessês, salientou a importância da luta pela autarquia. “Estamos pressionando o governo para que equilibre a receita do IPE Saúde e coloque uma gestão séria e qualificada”.
CPERS cobra resposta do governo às reivindicações da categoria
Após pressão em frente ao Palácio Piratini, dirigentes da Direção Central do Sindicato entregaram a representantes do governo um novo ofício com as reivindicações da categoria. Em maio, o CPERS já havia entregue o mesmo documento e desde então não obteve nenhum retorno do Executivo estadual.
“Oficiamos novamente à Casa Civil e o governador Ranolfo para que possamos avançar nas pautas que esse governo nos deve. Eles precisam nos explicar por que não nos pagam os dias de greve. Exigimos uma rápida solução para tratar dessa e de todas as situações que destacamos nesse grande ato”, frisou o presidente em exercício do CPERS, Alex Saratt.
Luta pela valorização e respeito aos funcionários de escola
Para escancarar a humilhação com que a atual gestão trata os funcionários(as) das instituições de ensino estaduais – tão essenciais ao funcionamento das escolas -, o CPERS realizou uma ação simbólica em frente à Assembleia Legislativa.
Foram colados adesivos, na entrada da casa legislativa, com o contracheque de uma servidora que teve reajuste de UM centavo. Vale ressaltar que mais de 12 mil servidores(as) necessitam de um completivo em seu salário, visto que, não recebem nem o Salário Mínimo Regional.
Representando o Departamento dos Funcionários(as) de Escola do CPERS, a diretora Juçara Borges enfatizou o abandono do governo a esses profissionais.
“É vergonhoso o que o governo está fazendo com os funcionários de escola, que estão há quase oito anos sem reajuste, sendo que recebem salário base de R$ 620,75. Muitos receberam o contracheque com um centavo a mais, é humilhante”, enfatizou a diretora.
Centrais unem-se ao ato em apoio aos educadores(as)
Ao chegar em frente ao Palácio Piratini, os educadores(as) foram recebidos com palmas por representantes de centrais sindicais.
“Educadores, estudantes e pais sofrem com uma perseguição implacável à educação pública. É preciso muita resistência. Estamos juntos nessa luta”, expôs o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Guilherme Mateus Bourscheid.
Guiomar Vidor, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), ressaltou a importância de eleger representantes que olhem para a população. “Precisamos de governos que trabalhem para o bem do povo, que valorizem os servidores e os serviços públicos. Não podemos admitir milhões de pessoas desempregadas, passando fome.”
Representando a direção da CUT, Claudir Nespolo destacou a urgência de rever o reajuste do Salário Mínimo Regional. “Reiteramos essa questão ao governo, lembrando que muitos funcionários de escola só teriam acréscimo em seus salários se ocorresse esse aumento. Mas preferiram ouvir as entidades empresariais que pediram para acabar com o mínimo regional”.
Com o ato finalizado, fica a reivindicação de audiência com o governo sobre as principais pautas da educação estadual gaúcha: confisco dos salários dos aposentados(as); aumento do Salário Mínimo Regional; atualização dos valores do vale-refeição e vale-transporte e pagamento dos dias de greve recuperados.
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