Atividades encerram-se, nesta terça-feira (19), com a Marcha Independente Zumbi e Dandara, no centro de Porto Alegre

Com o objetivo de fazer com que a pauta antirracista torne-se permanente e possa levar ao avanço das políticas públicas de combate ao preconceito racial, o movimento negro e o movimento sindical uniram esforços para a construção do Novembro Antirracista. Dentre as atividades programadas para o Mês da Consciência Negra, no Rio Grande do Sul, foi realizado um ato, na cidade de Pinheiro Machado, local onde ocorreu a Traição de Porongos, que completou 180 anos no último dia 14 de novembro.

Em Pelotas, no último dia 15 de novembro, dezenas de pessoas estiveram reunidas, no Sindicato da Alimentação, para participar de uma série de debates intitulada “De Porongos a necropolítica do século XXI: os efeitos do capitalismo sobre o povo negro”. Além de discutir questões relacionadas à polícia antirracista, o papel do Judiciário e o encarceramento da população negra, também foram abordadas temáticas como: os efeitos climáticos sobre a população negra, a educação antirracista e o racismo financeiro.

Segundo o diretor do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região (SEEBPel), Lucas da Cunha, que participou das atividades, esse debate ganhou contornos históricos ao ser realizado em Pelotas, porque a cidade tem um passado escravocrata, que remonta aos tempos das Charqueadas, deixando uma grande lição e uma imensa responsabilidade a todos os pelotenses. “Precisamos estar à disposição para a luta antirracista. Digo isso tanto na condição de dirigente sindical, quanto de homem branco. Ser escudo, como sugeriu a educadora Íyá Sandrali, para que possamos fazer este debate se tornar prioridade em todos os espaços que ocupamos, dando todo o suporte necessário para que a população negra venha à frente e ocupe o seu lugar de fala”, pontuou,

Ainda durante a passagem do Novembro Sindical Unificado Antirracista, por Pelotas, o diretor de comunicação do Sindicato dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul Sindjus/RS, Marco Velleda, recordou que a cidade de Pelotas foi responsável por sediar o 1º Encontro Antirracista do Coletivo pela Igualdade Racial do Sindjus, em novembro de 2021, resultando em um documentário intitulado: “Sociedade dos Grilhões – É preciso enegrecer a Justiça”.

Redação: Eduardo Menezes / SEEBPel

Imagens: Divulgação Sindjus/RS