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Abrigos RS auxilia Prefeitura de Pelotas na gestão dos abrigos
Organização dos abrigos públicos e privados tem sido operacionalizado por técnicos, alunos e docentes da Universidade
Em tempos de crise, como a que enfrentamos atualmente em razão das enchentes na cidade de Pelotas, a solidariedade torna-se uma força vital na comunidade. Na última semana, Pelotas testemunhou a rápida e eficaz implementação do Projeto Abrigos RS, uma iniciativa do curso de Gestão Pública da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que tem a coordenação da professora Carolina Casali, uma das responsáveis pelo projeto em Pelotas. O Projeto foi tema de entrevista no Programa Contraponto da RádioCom 104.5 FM, nesta última quinta-feira (16).
Uma resposta direta à necessidade de uma gestão mais eficiente e pontual dos abrigos na cidade, o Abrigos RS surgiu a partir de relatos sobre doações excedentes em alguns locais e da carência de uma estrutura adequada por parte da prefeitura para lidar com essa situação de atualização de dados, levando a sociedade civil a se mobilizar.
As universidades desempenham um papel crucial como polos de informação, pesquisa e conhecimento. São instituições onde o aprendizado não se limita apenas às salas de aula, mas se estende às comunidades locais e além. Durante emergências como enchentes ou outras situações de desastre, as universidades são frequentemente as primeiras a responder, mobilizando recursos e conhecimentos para ajudar aqueles que mais precisam.
Caroline Casali explica que o projeto surgiu de uma parceria entre associações civis e instituições locais, incluindo a UFPel. Ela ressalta que a plataforma não foi desenvolvida pela Prefeitura de Pelotas, mas, ao receber a assinatura da Prefeita Paula Mascarenhas, tornou-se oficial como um meio de distribuição de informações sobre os abrigados em decorrência das enchentes.
“Houve uma confusão, por parte da comunidade pelotense, que identificou o Projeto como sendo de autoria da Prefeitura; a partir disso, solicitamos que a plataforma fosse oficializada para melhor distribuição dos dados que estão sendo repassados”, explica.
Entenda a organização da Plataforma
Em Pelotas, o Projeto Abrigos RS está avançando positivamente na resposta à crise. Mais de 156 voluntários da instituição estão dedicando seu tempo e habilidades para auxiliar na gestão dos abrigos, garantindo que as necessidades da comunidade sejam atendidas da melhor forma possível.
O objetivo principal da plataforma é mapear e cadastrar os abrigos na cidade, sejam eles públicos ou privados, para fornecer suporte à população em momentos de crise. A plataforma teve origem na cidade de Porto Alegre e, comprovada sua eficiência, começou a estar disponível em outras cidades afetadas pelas enchentes. Atualmente, ao acessar o site - www.abrigosrs.org/pelotas - , é possível filtrar a cidade para encontrar as informações desejadas.
A plataforma é acessível por meio de um site e pode ser utilizada em qualquer dispositivo móvel com conexão à internet. Ela oferece um mapa interativo da cidade, mostrando a localização de todos os 57 abrigos disponíveis em Pelotas, incluindo aqueles que acolhem tanto pessoas quanto animais. Ao clicar em um ponto no mapa, os usuários têm acesso a informações cruciais, como nome e endereço do abrigo, contato do responsável, disponibilidade de vagas, necessidades de doações e voluntários, e horários de atendimento.
No mapa dos abrigos, é possível acompanhar os dados em tempo real. Os pontos azuis indicam abrigos para pessoas, enquanto os rosas representam aqueles que aceitam pessoas e animais e os na cor roxa aceitam exclusivamente animais. Dentro dessas categorias, também encontramos pontos em vermelho, laranja e verde, que indicam a disponibilidade para recepção, representando, respectivamente, lotação máxima, poucas vagas e vagas disponíveis. Além disso, ao clicar no "pin" do abrigo, também é possível obter informações sobre se o abrigo é exclusivamente para mulheres e crianças.
Para que toda essa dinâmica de organização funcione a equipe de voluntários se divide em áreas como comunicação, coordenação, suporte técnico e mapeamento de abrigos, trabalhando incessantemente para manter as informações atualizadas. Para garantir essa atualização, os responsáveis pelos abrigos precisam contatar a equipe da plataforma e preencher um formulário, assegurando o registro completo dos dados e o funcionamento eficiente da plataforma para a população.
Aceitação da Plataforma
Carolina relata que o projeto enfrentou algumas resistências por parte dos gestores e abrigados quando se tratava do fornecimento de dados para o cadastro. Alguns gestores de abrigos hesitaram em fornecer as informações necessárias, mas a equipe enfatiza que esses dados são essenciais apenas para garantir um registro básico, incluindo CPF, endereço e número de ocupantes do abrigo, para manter a eficiência da plataforma.
“Quando começamos a trabalhar, nos abrigos, com os voluntários, encontramos um pouco de resistência. Mas entendemos que essa resistência veio principalmente da falta de compreensão sobre a parceria entre a plataforma Abrigos RS e a prefeitura funcionaria. Muitos abrigados estavam preocupados com o uso de seus dados pessoais”, explica Caroline, ao deixar claro que a equipe não lida com informações sensíveis, apenas com dados básicos para contabilizar quem está nos abrigos.
Cada abrigo registrado conta com um responsável para manter as informações atualizadas, geralmente um professor, o que garante uma equipe distribuída em diferentes áreas da cidade. Os voluntários envolvidos nos abrigos trabalham essencialmente no gerenciamento das informações na plataforma.
O Projeto Abrigos RS é um exemplo de solidariedade e eficiência comunitária que envolve a comunidade civil e instituições. A colaboração entre diferentes setores da sociedade prepara Pelotas para enfrentar emergências futuras, assegurando que nenhum cidadão seja deixado para trás.
Redação e produção: Luísa Brito
Correção: Eduardo Menezes
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